O caso está a chocar o país. Lara, de sete anos, foi assassinada na madrugada de terça-feira, 14 de março, pelo próprio avô, com quem a menina vivia. De acordo com os relatos dos vizinhos, o avô seria a grande referência de Lara e a pessoa com quem ela passava mais tempo.
O homem terá quase degolado a criança, antes de tentar, alegadamente, pôr fim à própria vida. Lara vivia com este avô e com a mãe, desde a separação dos pais e os conhecidos falam numa família normal, sem dar sinais de problemas no seio familiar, muito menos de violência do avô contra a neta.
Ainda assim, começam a aparecer as primeiras revelações de que algo se passava com Borges, o avô da criança e suspeito homicida. O homem de 69 anos poderia atravessar um quadro de depressão. Já tinha mostrado sinais de tristeza e os bilhetes deixados, revelados pelo jornal Correio da Manhã, também podem dar orientações nesse sentido.
Antes de matar a menina, o homem escreveu dois bilhetes, a reclamar por ter perdido a pensão da Segurança Social e por temer que a filha fosse viver com uma tia, levando Lara com ela. “Como vou conseguir ajudar a minha Lara?” e “Tu e a tua tia não me vão levar a menina”, escreveu o homem, antes do homicídio.
Um familiar disse, em declarações ao Correio da Manhã, que Joana já tinha estranhado o comportamento do pai, mais triste, mas nem sequer sabia da questão da pensão da Segurança Social. Porém, todos acreditam agora que o homem estava realmente triste, nos dias anteriores a este crime brutal.
Crime que terá sido premeditado. O jornal Correio da Manhã revela que o homem esteve desaparecido durante o dia e que até foi buscar a neta mais tarde do que o normal.
Na noite do crime, Borges terá ligado várias vezes à filha, que tinha saído com o namorado, a questionar se ela demorava muito. Quando ela disse que estava quase a chegar é que ele terá atacado a criança. Joana chegou a casa e ainda encontrou a filha sem vida, mas já demasiado ferida.
Borges também provocou alguns ferimentos nele próprio, no pescoço e nos pulsos, e está internado, mas sem risco de vida. Quando tiver alta médica, ele será presente a juiz e também irá ser sujeito a perícias quanto à imputabilidade, com esta possível depressão e até um surto psicótico a poderem ser considerados na avaliação deste crime chocante.