‘Lara corria para o avô com alegria’
Multiplicam-se as reações ao homicídio da pequena Lara, de sete anos. Na comunidade onde residiam, as pessoas ainda não conseguem acreditar que Olegário Borges, de 69 anos, tenha assassinado a neta, com quem se parecia relacionar tão bem. O crime que chocou o país aconteceu na madrugada de terça-feira, 14 de março, em Vialonga, Vila Franca de Xira.
Na Igreja e na catequese, este homicídio deixou a todos chocados, até pela forma como eles viam a boa relação da menina com este avô. Conta a catequista, em entrevista ao jornal Correio da Manhã, que era este homem que sempre levava a neta para a catequese e que depois a ia buscar, momento em que a menina corria para os seus braços, muito feliz.
“Sempre que a catequese acabava, o avô estava ao portão para vir buscar a neta e ela corria para ele com alegria”, contou Maria José de Andrade, a catequista de Lara, de 67 anos.
Maria José viu Lara e o avô pela última vez na tarde de sábado, 11 de março. Como sempre, Olegário Borges levou a menina à catequese e, no final, lá estava o avô à espera da criança. “Deixava a Lara, acenava-me e mais tarde voltava”, continuou a catequista, que achava este homem muito calado, mas sempre educado. “Teve mesmo de ter um ataque de loucura , não há outra explicação”, justificou a catequista que revela que todos na Igreja estão “chocados” com este crime brutal.
“Pareciam ter uma relação normal e a menina para o ano ia fazer a Primeira Comunhão”, contou também o Padre da paróquia, João Prego, que via avô e neta na missa.
O irmão de Olegário Borges também não consegue entender como o irmão matou a neta à facada. “A família está toda transtornada. Não sei se ele tinha ou não uma depressão, mas que se dava muito bem com a Lara, isso, sei que sim”, disse João Tavares, ao Correio da Manhã.