Foi na manhã desta quinta-feira, 15 de março, o debate instrutório que antecede o Julgamento do processo do acidente de Sara Carreira. Tony Carreira chegou a emocionar-se durante alguns momentos da sessão e o advogado da família carreira também fez as suas alegações, ao discordar das acusações do Ministério Público.
O advogado Magalhães e Silva considera que o condutor Paulo Neves, que conduzia com uma taxa de álcool superior ao permitido por lei (1,36 g/l), e circulava muito abaixo da velocidade permitida em auto-estrada (28 km/h), tem de ser responsabilizado.
Afinal, foi este o obstáculo que motivou o choque da fadista Cristina Branco e os outros acidentes depois, nomeadamente o de Ivo Lucas, que dirigia o carro de Sara Carreira, a vítima mortal deste acidente.
“Paulo Neves devia assinalar a presença. Estava a 80 metros da fadista. Isso dava uma iluminação pública de perigo de dupla referência. Aumenta a visibilidade do acidente ao Ivo Lucas. Portanto, não é questão de nexo causal, é antes o estado em que se encontrava e a conduta que assumiu. Desde a velocidade a que seguia e depois a não colocação do triângulo, é isso que está em causa”, disse o advogado da família Carreira.
Também o advogado de Ivo Lucas atribui responsabilidades a Paulo Neves. “Qualquer pessoa dirá que conduzir com 1,36 de taxa álcool é que causou tudo”, admitiu o advogado do cantor e ator português. De lembrar que em Portugal não se pode conduzir com uma taxa superior a 0,5g/l e que a velocidade mínima para se circular numa auto-estrada é de 50km/h. Paulo Neves circulava a 28km/h quando se deu o embate com Cristina Branco.